ENCONTRO COM DOM AMILTON

"Francisco de Assis entendeu que era preciso restaurar vidas, almas e não estruturas"

Frei Rodrigo J. Silva

Na última terça-feira (6/11) nossa fraternidade recebeu a visita de Dom Amilton Manoel da Silva, bispo auxiliar de Arquidiocese de Curitiba.

Dom Amilton conduziu um encontro com os frades estudantes e elencou alguns temas e provocações oportunas, entre eles:

• A importância do autêntico testemunho cristão na vida religiosa.

• A alegria do anúncio e da vivência do Evangelho de Cristo, que deve permear a vida de todos aqueles que livremente optaram por este modelo de seguimento. A busca de renovação e de criatividade, a luta contra a apatia e a urgência em sermos “Vinho novo em odres novos”.

• A coerência e o constante esforço no sentido de uma reaproximação com o nosso carisma fundacional.

• A necessidade de se despertar para o mundo, tendo a convicção do que é a vida religiosa nos dias de hoje e de qual a sua contribuição para a sociedade.

• O perigo da crescente “mundanização” (secularismo) e seus desdobramentos diante desta opção de vida.

• O que devemos buscar? ReESTRUTURAção ou reVITAlização? O que queremos restaurar, estruturas ou vidas? Francisco entendeu que era preciso restaurar pessoas, almas e não estruturas.

• Não é possível dar respostas do passado a questionamentos do presente. “Francisco morreu, não volta mais! Ele plantou a semente, mostrou o caminho, deixou o legado, mas o Francisco de hoje, é você!”

• Não podemos jamais nos considerarmos detentores ou administradores do sagrado, diante disso estabelecendo relações que denotem superioridade ou mesmo vivendo uma vida de privilégios e excessos, de regalias que dão contratestemunho, diante de uma comunidade que na maioria das vezes não comunga de iguais condições.

• Disse ainda das razões de se estar na vida religiosa:

1) A experiência de Deus – Quanto tempo tenho dedicado a Deus? – A perseverança e constância na oração pessoal e comunitária.

2) A beleza da vida comunitária – Tolerar, compreender, colaborar, respeitar, ajudar o outro – Vivenciar aquilo que afirmamos a cada missa quando dizemos “O amor de Cristo nos uniu”. Trabalhar-se diante dos conflitos, conviver e aprender com eles.

3) A importância da Missão – O desinstalar-se, do comodismo das Paróquias, da disponibilidade de estar a serviço, de ir ao encontro, desapegando-se de funções, pessoas, coisas e lugares.
Dom Amilton, finalizou o encontro com uma abordagem do padre, Doutor em Psicologia e Mestre em Ciência da Educação - Amedeo Cencini, abordando questões relacionadas a sexualidade, celibato e os pontos de desequilíbrio que podem resultar em individualismo, crises de identidade e na falta de ardor em nossa opção de vida.